
Confira como evitar o superendividamento
27/11/2015
Enquanto o endividamento é caracterizado pelas dívidas feitas para a compra de bens e serviços de modo parcelado, independente de os pagamentos serem compatíveis ou não com o orçamento e mesmo de serem quitados regularmente, o superendividamento se caracteriza pela impossibilidade global de o consumidor pagar suas dívidas atuais e futuras.
De acordo com a advogada e especialista em superendividamento, Vera Lúcia Remedi Pereira, a falta de planejamento financeiro pessoal, situações inesperadas que exijam dinheiro, bem como a falta de orientação financeira, o fato de “emprestar” o nome ou ser fiador e até a compulsão por compras são causas recorrentes do superendividamento. “Somam-se a esta lista, apelos do mercado (campanhas publicitárias que incentivam o consumo desenfreado) e a oferta de crédito fácil”, argumenta.
O não conhecimento do nível de endividamento do consumidor, por parte dos credores, é uma das principais causas do problema. Por isso, o Cadastro Positivo é uma ferramenta importante para proteger não só as empresas da inadimplência, mas também os próprios consumidores do consumo imprudente.
O Cadastro Positivo reúne informações sobre histórico de pagamento e compromissos financeiros assumidos. Ao aderir ao cadastro, o consumidor concorda que as empresas que o financiam tenham conhecimento sobre esses dados e sobre a pontualidade na quitação de parcelas vencidas, avaliando o risco de ele se tornar um superendividado.
Prevenir uma situação de superendividamento também é prevenir consequências graves para a vida pessoal, familiar e até para a saúde física e mental, gerando problemas emocionais e sofrimento psicológico. “Quanto mais esse fenômeno aumenta, mais seu custo social se eleva e a necessidade de combatê-lo se impõe”, diz Vera.
Veja a seguir algumas situações que levam ao superendividamento e maneiras de evitá-lo.
1. Falta de informação (riscos/contratos)
Nenhum financiamento deve ser feito sem uma leitura cuidadosa dos termos de contrato. Caso tenha dificuldade para avaliar um documento como esse, peça ajuda para uma pessoa de confiança e só assine se tiver certeza que os riscos são mínimos e que o parcelamento cabe no seu orçamento.
2. Falta de planejamento pessoal
A aquisição de bens ou serviços, principalmente de maior valor, precisa de um planejamento anterior, com análise das despesas fixas e variáveis e a conclusão de que é possível efetivar a compra.
3. Situações inesperadas
Como não há maneira de prevenir a ocorrência desse tipo, que exija injeção de capital, o ideal é manter sempre uma reserva financeira.
4. Falta de informações e de orientação financeira
É importante se informar sobre como lidar com o dinheiro. As pessoas com mais conhecimento tendem a se envolver em menos situações de risco financeiro. Portanto, diante de qualquer impasse econômico, procure orientação. Mesmo para situações simples, como organizar uma planilha de orçamento doméstico.
5. Emprestar o nome ou ser fiador
A prática de “emprestar o nome” é uma das grandes causas do superendividamento. E, neste caso, ainda pior, uma vez que a pessoa nem foi beneficiada com a aquisição do bem/serviço. O pensamento é simples: quem pede o nome emprestado é porque já sujou o próprio nome. Portanto, a chance de não conseguir honrar mais essa dívida é grande.
Ser fiador também exige cuidado. Da mesma forma, é seu nome que estará em risco caso o financiado não arque com a despesa. Procure conhecer bem as regras, seus direitos e deveres antes de assinar um contrato como fiador.
6. Liberação de crédito com limite elevado para consumidor de renda baixa
As empresas também contribuem para o superendividamento de seus clientes quando liberam um limite alto de crédito ou no cheque especial para pessoas que não têm renda compatível. Cabe ao consumidor exercer o autocontrole e não se empolgar com este tipo de oferta.
7. Várias linhas de crédito para pessoas que comprometidas com outros empréstimos
Ao aderir ao Cadastro Positivo, o consumidor evita que este tipo de situação aconteça, uma vez que o credor consegue ter acesso aos seus compromissos financeiros vigentes.
8. Consolidação de dívidas com juros elevados
Antes de assumir um financiamento, o consumidor deve entender os juros que estarão embutido nas prestações. Vale a pena? Não existe outra maneira de comprar aquele produto, como, por exemplo, juntando o dinheiro e pagando à vista?
9. Compulsão por compras
Os compulsivos são grandes candidatos ao superendividamento. Entender que existe um problema de ordem psicológica e que merece tratamento é o primeiro passo para prevenir ou solucionar esta questão. O SerasaConsumidor disponibiliza um teste rápido que ajuda o consumidor descobrir se tem este tipo de patologia: http://www.serasaconsumidor.com.br/testes/voce-e-um-comprador-compulsivo/
10. Apelos do mercado (publicidade/marketing)
Mesmo quem não tem compulsão por compras pode se deixar envolver por campanhas publicitárias que incentivam o consumo. Por isso, tome cuidado e lembre que toda despesa deve ser feita com planejamento e a pergunta que prevalece é: eu preciso mesmo disso?
(Redação – Agência IN)
Fonte: Investimentos e Notícias
Depoimentos
"Fiquei muito satisfeito com iniciativa de compartilhamento de conhecimento desenvolvido pela professora Olivia sobre o tema da alimentação adequada/ saudável."
Guilherme Gomes - Professor Aposentado - participante da Palestra: Aproveitamento Total dos Alimentos - da Teoria à Prática.