
Que tal ter um robô como consultor financeiro?
12/02/2016
Luciano Tavares, CEO da Magnetis, aposta na consultoria financeira feita por robôs (foto: divulgação)
Sabe aquele dito popular “dinheiro não aceita desaforo”? Pois bem. A frase é batida e pode parecer mais um clichê do mundo das finanças pessoais. Mas a verdade é que muita gente ainda continua desaforando o próprio dinheiro. Você passa o mês todo trabalhando pesado, consegue juntar uma grana para guardar (o que já é um passo e tanto), mas acaba colocando tudo na poupança ou deixa o dinheiro parado na conta corrente. Então você está, sim, desaforando o seu dinheiro.
O problema é que nem todo mundo tem tempo, vontade ou conhecimento para investir de maneira mais inteligente. A solução então seria buscar ajuda externa: com o gerente banco ou consultor financeiro.
Novo problema: o gerente do banco nem sempre conhece profundamente o tema. Além disso, ele pode ter interesses que não estão alinhados com os do cliente. Exemplo? Alguns bancos estabelecem metas para vendas de planos de previdência privada. Pode ser que faça sentido para você investir num plano desses. Mas pode ser que ele não tenha nada a ver com o seu perfil de investimento e, mesmo assim, o gerente lhe sugira esse plano. E o consultor financeiro? Quase sempre esse é um serviço caro, ainda elitizado e nem sempre imparcial.
Para tentar solucionar essas questões, algumas empresas investiram pesado em tecnologia e criaram robôs assessores (robo-advisors, em inglês). São algoritmos que traçam o perfil do investidor e sugerem uma carteira de investimentos. Esse serviço tem crescido e se popularizado nos Estados Unidos. No Brasil, a Magnetis é uma das poucas empresas que oferecem essa modalidade de consultoria.
A seguir, Luciano Tavares, CEO da Magnetis, explica como funciona o serviço e por que os robôs podem ser mais imparciais e assertivos do que um consultor de carne e osso:
Como funciona a consultoria financeira feita por robôs?
O processo é o mesmo de um consultor financeiro. O que fizemos foi automatizar o processo. Em vez de sentar fisicamente com um consultor e traçar um perfil de risco ou investidor, fazemos isso através de uma ferramenta online. O algoritmo interpreta as perguntas e traça um perfil. Com base nessas respostas, mostramos como vai ser a evolução do patrimônio do cliente ao longo do tempo se ele seguir a indicação de investimento. Além disso, os algoritmos capturam os dados de mais de 15 mil ativos financeiros, entre fundos, CDBs e ações, para indicar os quatro ou cinco mais compatíveis com o cliente.
O robô não traça um perfil muito superficial do investidor?
Não. Um consultor tradicional, por exemplo, faz muitas perguntas que a princípio parecem muito profundas. Mas as respostas para elas não irão mudar a sugestão da sua carteira de investimentos. Perguntas como o número de filhos que você tem ou se você deseja viajar no próximo ano influenciam muito pouco na sua carteira.
.Elas dão a sensação de que vocês estão entrando detalhes, mas não mudam a carteira. É melhor fazer poucas perguntas e fazer as perguntas certas.
O robô também tem um ser humano por trás para desenvolvê-lo. Por que esse tipo de investimento seria mais imparcial do que aquele sugerido por um consultor financeiro?
A imparcialidade vem do algoritmo que sugere as carteiras e do nosso modelo de negócios. Cobramos uma taxa de 0,40% sobre o valor investido ao ano, não importa a carteira. Se você investiu R$ 100 mil, paga R$ 400 no ano. Cobramos isso diretamente do cliente. E por outro lado não recebemos nenhum rebate ou comissão. Um consultor humano pode não ter conflitos de interesse, mas pode se influenciar por um momento de crise no mercado e tomar a decisão errada. O algoritmo garante a execução da estratégia sem ser levado pela emoção.
Por que ter um consultor, seja ele um robô ou uma pessoa?
Investir sem consultoria é como assinar contrato sem advogado. É um risco. É sempre recomendável ter um consultor. Mas, especialmente no Brasil, a figura do consultor não é tão popular. O motivo? Se você quer ter um consultor exclusivo, tem que possuir alguns milhões para ter esse serviço. Se você é investidor que tem R$ 20 mil ou R$ 100 mil, essas casas não vão te atender. A Magnetis fez algo que resolveu esses problemas: ao automatizar a consultoria, conseguimos oferecer o serviço tanto para clientes com muito dinheiro quanto para clientes com menos dinheiro. O cliente de R$ 100 mil reais é atendido da mesma forma que o que tem R$ 25 mil reais.
Os robos-advisors já são bastante populares nos Estados Unidos. Quais as diferenças entre o mercado de investimentos brasileiro e o americano?
Vários aspectos nos diferenciam. Um é o cultural. Nos EUA, investe-se muito mais em ação e fora dos EUA. É comum a criança nascer e já ganhar ações. E a taxa de juros é muito baixa. Não compensa quase nunca ter ativos ligados aos juros. No Brasil, é o oposto. Temos uma cultura voltada à renda fixa. Outra diferença são os instrumentos que temos aqui. No Brasil, não temos muito ativos padronizados disponíveis para pessoa física. Na Magnetis, o desafio é encontrar ativos que atendam tanto aos investidores maiores quanto menores.
Fonte: Época
Depoimentos
"Fiquei muito satisfeito com iniciativa de compartilhamento de conhecimento desenvolvido pela professora Olivia sobre o tema da alimentação adequada/ saudável."
Guilherme Gomes - Professor Aposentado - participante da Palestra: Aproveitamento Total dos Alimentos - da Teoria à Prática.