Compras coletivas...

Há mais ou menos três anos comprei revelações e álbum de fotos no Groupon. Tive que colocar lembrete para não perder o prazo para utilização da compra. Valeu a pena!

Depois dessa compra, todos os dias que entrava em meu provedor, recebia uma "enxurrada" de ofertas de sites de compra coletiva. Só para o Rio de Janeiro, encontrei quase dez com ofertas de todos os tipos. Oferecem produtos diversos em todas as áreas: beleza, turismo, gastronomia...

Resolvi colocar todos eles no Spam, e o assédio diminuiu bastante. Tenho amigos que compraram viagens, almoços e jantares em restaurantes, ingressos para teatros e cinemas, perderam o prazo de validade da compra e ficaram no prejuízo. Assisti no noticiário à entrevista com uma senhora que disse que mesmo perdendo alguns prazos para utilizar as compras, continuava comprando porque valia a pena.

No site "Consumidor Consciente" há uma matéria muito interessante: “Compras coletivas: oportunidade para quem sabe planejar”.

Assim como nos ensinamentos dos cursos da Escola de Educação Financeira do Rioprevidência, eles orientam:

"A cada tentação que os sites de compra coletiva oferecerem, experimente fazer as seguintes perguntas:

1) A compra é realmente necessária?
2) Estou comprando esse produto mais pela “condição incrível” (preço) ou porque tenho necessidade? Ou as duas coisas?
3) Preciso comprar agora ou posso comprar quando tiver honrado outros compromissos mais importantes?
4) Quanto posso gastar de meu orçamento com compra em promoções? Tenho limites? Tenho um orçamento, ainda que simples?
5) A compra não irá comprometer a realização de meus objetivos futuros?

Sem dúvidas a compra coletiva pode ser uma excelente oportunidade de consumir mais e de forma mais barata. Mas é importante destacar que toda compra quando feita de maneira planejada contribui para garantir solidez e tranquilidade para seu bolso.

Não basta comprar porque “está barato” quando, mesmo barato, o produto acaba gerando ansiedade, problemas financeiros futuros e muita dor de cabeça. O consumo tem que ser para o bem-estar duradouro. Pense nisso.

A história mais interessante que ouvi sobre compra coletiva foi contada por uma amiga médica que trabalha num hospital público. Uma enfermeira lhe contou que estava navegando pela internet quando apareceu um pop-up com uma oferta do Groupon: “... período de 3 horas no Motel com rodízio de frutos do mar, para duas pessoas, por R$29,00...”.

A enfermeira estava em seu dia de folga e achou interessante. Analisou as condições e achou que valia a pena. Chamou por sua mãe, que estava no cômodo ao lado e perguntou-lhe:
—Mamãe, a senhora quer comer Rodízio de Frutos do Mar? A mãe topou na hora e ela comprou a promoção. Marcou para sua próxima folga.

Uma semana depois, num belo dia de sol, a enfermeira e sua mãe chegaram de carro ao Motel, almoçaram fartamente no Rodízio de Frutos do Mar, descansaram e na hora prevista para saída, partiram satisfeitas para aproveitar o entardecer. Tomaram sorvete e foram assistir a um filme indicado ao Oscar, com ingresso que compraram num site de compra coletiva.

O que mais apreciei nessa história verídica foi observar que com criatividade e planejamento podemos aproveitar a vida de maneira lúdica.

Não tenho o hábito de analisar ofertas, nem liquidações, nem participar de redes sociais. Devo perder muitas oportunidades por não verificar o que os sites e os cartões me oferecem nos pop-up. Quando necessito de alguma coisa, pesquiso e procuro as melhores condições para comprar.

No curso “Organize suas Finanças" há um slide com a seguinte definição de Educação Financeira:

“A educação financeira pode atuar diretamente nas variáveis pessoais e sociais, contribuindo para formar ou amadurecer uma cultura de planejamento de vida, capaz de permitir que a pessoa, conscientemente, possa resistir aos apelos imediatistas e planeje no longo prazo as suas decisões de consumo, poupança e investimento.”
Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF)

A Escola de Educação Financeira do Rioprevidência consegue plantar uma semente de sabedoria em nossas vidas onde floresce o autocontrole. Saímos de seus cursos com a sensação "Sempre Alerta" dos Escoteiros ou em casos mais graves "Evitando o primeiro gole" dos Alcoólicos Anônimos.

Lucia Borges Aluna da Escola de Educação Financeira do Rioprevidência Analista de Sistemas e Professora de Informática - aposentada luz.borges@gmail.com