Hoje amanheci pensando no termo "Impermanência"

A primeira vez em que ouvi este termo foi pela minha sobrinha "Zen". Tantas mudanças tenho observado, pensei se não seria mais um modismo. Seria "impermanência" o mesmo que "mudança"? Pesquisei o termo "impermanência" no Dicionário Escolar da Língua Portuguesa (edição de 2008), não o encontrei. Ao pesquisar "mudança", encontrei a classificação: substantivo, feminino.

Liguei o computador e acessei a internet. Ao pesquisar o termo "impermanência", um mundo novo se abriu. Além de aprender que o termo é classificado como adjetivo, entendi seu significado através de várias publicações, inclusive uma música. Os sites são: http://www.monjacoen.com.br/textos-budistas/textos-diversos/309-o e http://letras.mus.br/cultivo/1228128/.

O que tem me levado a refletir muito neste início de ano é a mudança no comportamento de nós, idosos. Temos uma sede de saber, procuramos com sofreguidão conhecimentos de informática em cursos e conversamos com filhos e netos, dirimindo dúvidas e possibilitando nossa comunicação com o mundo todo. Podemos fazer compras através da internet, desde gêneros de primeira necessidade em supermercados, farmácias, até artigos mais sofisticados que vêm do exterior. Meu marido encontrou pilhas recarregáveis com melhor preço na China do que no Brasil, comprou e chegaram em tempo recorde.

As redes sociais são um perigo. Tenho amigas que varam a noite no computador e outras que deixam de comparecer a médicos, exames, academia e fazem refeições rápidas junto ao computador para não "perderem tempo". O pior das redes sociais são os anúncios comerciais que ficam "pipocando" na tela, e ao pedirmos que não apareçam mais, eles voltam. Os anúncios são colocados na rede gratuitamente.

Há um tempo eu estava atrasando meu cronograma diário porque entrava na rede social, ia navegando pelos links e quando olhava o relógio estava atrasada e ainda não havia nem lido meus e-mails, nem feito meu controle financeiro. Saí. Dei baixa e fiquei três meses afastada.

Este ano, "ano de minha redenção", resolvi voltar e estipulei um horário para participar da rede social. Divirto-me com meus confrades da CASA LIMA BARRETO ( http://www.casalimabarreto.com/), meus familiares e amigos.

O telefone é sempre um transtorno, temos usado muito pouco esse aparelho. Podemos conversar por e-mail, bate papo, redes sociais, e isso nos basta.

A mudança que considero impermanência pela rapidez e qualidade é a televisão. Quando o primeiro canal de televisão – a TV Tupi – foi lançado no Brasil, eu tinha quatro anos. A imagem do indiozinho e dos desenhos animados do Pica-Pau, Gato Félix, Sobrinhos do Capitão, Betty Boop, Faísca e Fumaça, me trazem boas recordações. No entanto, o mais impressionante são os noticiários. Hoje assisti ao "CANALTECH" e tem muitas informações interessantes:
http://corporate.canaltech.com.br/noticia/publicidade/Estudo-consumidores-brasileiros-e-a-influencia-dos-anuncios-nas-redes-sociais/

Uma jovem senhora, na fisioterapia, comentou comigo sobre os altos preços e a qualidade do Hortifruti de nosso bairro, e mostrou-me o pão e o leite que comprara. Comentei sobre a Escola de Educação Financeira e disse que também comprava no mesmo local porque o custo/benefício valia a pena. Os outros sacolões e supermercados vendem mercadorias de baixa qualidade. Não podemos pensar só nos preços baixos, precisamos analisar a qualidade do produto. Foi a conclusão a qual chegamos.

Essa conversa gerou outra: como faziam nossos pais e avós antigamente. Comentei que quando eu era criança, meus pais deixavam o casco do litro de leite no portão, e entre cinco e seis horas da manhã o leiteiro e o padeiro deixavam o leite e o pão no portão para apanharmos assim que levantássemos. Eu e minha irmã comíamos os bicos das bisnagas antes que o restante da família acordasse. No armazém, havia um caderninho em que era anotado todo o movimento das compras, e no final da semana era acertado. Todos da casa (crianças e empregados) tinham autorização de pegar fiado.

Considerando toda essa vivência, a diferença de vida é tão grande que tenho a impressão que não se passaram 66 anos, acho que são lembranças de "outra encarnação". É Impermanência ou mudança?

Gostei da letra da música "Impermanência" do grupo Cultivo:
"Pelo amor de Deus será que você ainda não entendeu
Que ter ou não dinheiro não faz de você mais feliz que eu?
Tudo sempre muda
...
Olha só essa riqueza, tente definir o seu valor
Me diga onde está a Natureza
É tão fácil ver quanto custou
Mas tudo bem, já sei que
Tudo sempre muda
E nada nesse mundo continua igual, não
Tudo sempre muda
Nada permanecerá do jeito que está, não
...
No dia em que eu entreguei meu coração pra DEUS choveu
Choveu o amor na minha cabeça
Cada gotinha era maior que eu!
Aí entendi então que
Tudo sempre muda
E nada nesse mundo continua igual, não
Tudo sempre muda
Nada permanecerá!
...
A Humanidade passa por muitas crises das quais não vê saída
Todas elas geradas por uma única crise:
- A de percepção da Vida -
O homem se afastou da Natureza quando se julgou superior
Olha a distância que a gente criou...
Sola do pé, meia, sapato, asfalto e a Terra esperando você ver
Somos a própria Natureza cheios de beleza e de amor".

Essa percepção de mundo que estou tendo agora não foi fácil, e estou muito satisfeita em ter conseguido. Atribuo-a a muitos anos de psicanálise e à frequência de muitos cursos na Escola de Educação Financeira do Rioprevidência, que me trouxe segurança financeira para fazer tudo que idealizei para minha "desaposentadoria".

Lucia Borges Aluna da Escola de Educação Financeira do Rioprevidência Analista de Sistemas e Professora de Informática - aposentada luz.borges@gmail.com