Um de meus grandes problemas quando ia ao supermercado com meu marido era a lista de compras

Ora fazia a lista incompleta, ora a esquecia em casa. Era sempre estressante.
Há mais ou menos dois anos fizemos o Curso "Organize suas Finanças" na Escola de Educação Financeira do Rioprevidência. No primeiro dia de aula trouxemos como dever de casa a elaboração de uma Lista de Compras de Supermercado. Foi um Deus nos acuda! Cortamos muita coisa da lista inicial que achávamos desnecessárias, mas nunca tivemos coragem de mudar, e chegamos no dia seguinte com a tarefa cumprida.
Só de elaborarmos a lista, foi um aprendizado. A aula no Excel nos deu uma visão melhor de todos os itens que devemos considerar na hora das compras.
No curso fomos orientados a fazer economia. Ao escolhermos um supermercado que não aceita cartão de crédito, já estaremos economizando. Tenho amigas que adoram fazer compras, pesquisar preços em diversos supermercados e lidam com esse tipo de atividade com prazer. Sabem de cor os dias das promoções de cada supermercado do bairro. Eu não consigo gostar.
Ao terminar o curso combinamos, eu e meu marido, que dividiríamos as tarefas e começamos, depois de mais de 40 anos de casados, a nos entender melhor nesta difícil área do casamento: compras de Supermercado.
Trabalhamos em equipe:
1) A empregada anota, no bloquinho que fica na cozinha, os itens que acabam;
2) Eu faço a lista de despensa, congelados, laticínios...;
3) Meu marido faz a lista de material de limpeza.

Criamos códigos para facilitar a comunicação:
1) Ainda tem. Só comprar se estiver com bom preço;
2) Pesquisar o preço em diversos supermercados.
Quando penso em minha situação de eterna estudante dos cursos da EEF, analiso que meus filhos, mesmo educados por mim, nunca tiveram problemas em lidar com dinheiro, sempre foram conscientes. Talvez tenham aprendido com meus erros.
Li há muitos anos a crônica "O CASO DO MENDIGO", de Lima Barreto, no livro LIMA BARRETO - Antologia de artigos, cartas e crônicas sobre trabalhadores, organização de Antônio Augusto Moreira de Faria e Rosalvo Gonçalves Pinto.
“Os jornais anunciaram, entre indignados e jocosos, que um mendigo, preso pela polícia, possuía em seu poder valores que montavam a respeitável quantia de seis contos e pouco.
Em casa de família de minhas relações, a dona da casa, senhora compassiva e boa, levou a tal ponto a sua indignação, que propunha se confiscasse o dinheiro ao cego que o ajuntou..."
O narrador vai desfiando a história de uma maneira muito peculiar, analisando como viveria o homem antes de ficar cego e com muita sabedoria comenta: "Um acidente qualquer lhe tirou a vista, mas ficou a obrigação de enriquecer. Era o que estava fazendo, quando a polícia foi perturbá-lo. Sinto muito; e são meus desejos que ele seja absolvido do delito que cometeu, volte à sua gloriosa Espanha, compre uma casa de campo, que tenha um pomar com oliveiras e a vinha generosa; e se algum dia, no esmaecer do dia, a saudade lhe vier deste Rio de Janeiro, deste Brasil imenso e feio, agarre em uma moeda de cobre nacional e leia o ensinamento que o governo da República dá... aos outros, através dos seus vinténs: ‘A economia é a base da prosperidade’".
Bem, depois dessa crônica, penso que devemos louvar ao Fundo de Pensão do Rioprevidência por ter criado a Escola de Educação Financeira para pessoas como eu, que precisam aprender a lidar com o dinheiro e depois fazer com que ele se multiplique com sabedoria e aprendizado.



lucia_borges   Lucia Borges

Aluna da Escola de Educação Financeira do Rioprevidência
Analista de Sistemas e Professora de Informática - aposentada
luz.borges@gmail.com



Depoimentos

"Fiquei muito satisfeito com iniciativa de compartilhamento de conhecimento desenvolvido pela professora Olivia sobre o tema da alimentação adequada/ saudável."


Guilherme Gomes - Professor Aposentado - participante da Palestra: Aproveitamento Total dos Alimentos - da Teoria à Prática.

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