"Liberta-te da ansiedade, pensa que o que deve ser será e acontecerá naturalmente.” Facundo Cabral

Hoje, ao ouvir a crônica de Mario Sérgio Cortella na CBN, pensei muito na experiência que tive sábado, na comemoração do aniversário da filha de uma ex-vizinha e amiga que não convivia há mais de vinte anos em meu sítio, em Passa Três, distrito de Rio Claro-RJ.

A família dela vivia na entrada do sítio de meus pais, eles eram muito amigos... Lembro-me deles crianças como nós. A família dela é tão numerosa quanto a minha. Meu pai comprou o sítio eu tinha nove anos.

O que me deu muita satisfação foi participar de uma comemoração tão familiar e verificar como evoluíram. Cada um tem sua casa muito bem construída, formação acadêmica de nível superior, carro na garagem e filhos bem educados.

Fiquei impressionada com a semelhança da família deles com a nossa: é uma família musical e adora poesia. Estão programando um sarau com aquarelas referentes a trovas que minha amiga escreve.
Senti o carinho que eles têm com minha família, nossos pais eram compadres. Muitos laços nos uniram inclusive na prática da caridade, meu pai fazia atendimento médico e odontológico num ambulatório construído por eles dentro do sítio e o pai dela ajudava na organização da farmácia e no atendimento aos pacientes, eu, distribuía leite para crianças até seis anos. Não havia ambulatório no Distrito de Passa Três.

Eles, apesar de todas as dificuldades da vida na roça, se superaram e muitos já estão aposentados como funcionário público do Município de Rio Claro.

Outro exemplo de vida bem sucedida é de minha empregada doméstica, ela ganha um salário mínimo e meio, trabalha como faxineira às quartas-feiras e aos sábados e já comprou três casas em Japeri, uma onde o filho mora com a esposa e três filhos e aluga a do segundo pavimento e estão construindo mais uma, a outra é em Rocha Miranda, onde ela mora com o marido e uma filha. Comprou carro, cujo marido trabalha comprando goiaba em Piabetá para vender em Madureira, é um Siena com ar condicionado e direção hidráulica. Tirou carteira de motorista pagando autoescola e já estão programando as férias no período de Carnaval em Araruama.

Ela poupa regularmente, embora não saiba calcular o percentual do que recebe, tem noção de que R$50,00 são para uma capitalização, a Caixa Econômica Federal vendeu para ela por telefone e ela pensou que era só uma parcela e veio me falar que a Caixa estava roubando dinheiro dela, aí expliquei que era mensal e por muito tempo. Ela deposita a parcela da capitalização e mais uma outra para a poupança.

Na Escola de Educação Financeira do Rioprevidência aprendi que saber lidar com dinheiro não é privilégio de quem ganha bem, é uma arte! Bem poucos possuem este dom!
Lembro que meu filho, ao se formar e constituir família era tão novo! Comentou comigo muito satisfeito e admirado que conseguia sustentar sua família e de sua empregada. Foi muito bom ouvir isso e saber que ele valoriza tudo que consegue.

Voltando ao último fim de semana, eu me senti muito à vontade para conversar sobre nossos compositores e escritores favoritos. Quando falei sobre as crônicas que escrevo para a Escola de Educação Financeira do Rioprevidência, minha amiga perguntou logo se eu iria escrever alguma sobre minha participação na festa de aniversário de sua filha. Garanti que iria, e seria uma crônica que não falaria em dívidas e que com certeza eles têm muita disciplina e organização no planejamento financeiro.

Concordo plenamente com a citação de Francis Bacon, na Escola de Educação Financeira do Rioprevidência. Somos estimulados a ler sobre finanças, o professor interage com os alunos o tempo todo dando oportunidade para o diálogo e com o incentivo do Gestor Carlos Eduardo Batalha meus depoimentos se transformam em crônicas. Estou me preparando para, brevemente dar palestras para meus colegas da Universidade da Terceira Idade da UCAM/Méier.

Luz Borges Aluna da Escola de Educação Financeira do Rioprevidência Analista de Sistemas e Professora de Informática - aposentada luz.borges@gmail.com