"O dinheiro não aceita desaforo"  
(Voz corrente no mundo econômico)

As últimas atividades que fiz durante este mês de fevereiro foram muito elucidativas e fiquei muito animada com o número de jovens que têm frequentado a Escola de Educação Financeira do Rioprevidência.

Foram dois dias, Workshop Sexta-feira Financeira e no sábado de 9:00 h às 18:00 h - Organize suas finanças - Orçamento Familiar em Excel. Foi muito enfatizado a importância do respeito que devemos ter com o nosso dinheiro. Dizem: "O dinheiro não aceita desaforo".

Se pararmos para pensar, nada nem ninguém aceita. Como exemplo, veio em minha memória que, quando eu era jovem eu dizia que tinha enzimas de urubu, nada me fazia mal. Com a idade, nosso organismo muda e aí as gorduras, alimentos ácidos e condimentados, logo nos mostra que deveríamos poupá-los. Devemos ter respeito pelo nosso organismo — a reação é a mesma do dinheiro — nos faz sofrer!

Tantas informações tenho tido sobre tantos aspectos da vida moderna que hoje amanheci pensando como era meu comportamento com o dinheiro quando comecei a trabalhar. Os riscos de endividamento eram muito pequenos. Lembro que na época haviam mascates que, de porta em porta, ofereciam desde redes, roupas de cama e mesa até vestidos para crianças e adultos. Havia também um caderninho onde anotavam o que comprávamos.

Não havia supermercados, os armazéns vendiam fiado, íamos na venda e o que comprávamos eles anotavam também em cadernos. Esse comércio era em sua maioria de portugueses. O hábito de anotar era tão usado que eles conservavam um lápis na orelha. Outra observação interessante é que o controle era feito em dois pregos grandes em uma base de madeira: Anotações de Entrada e Saída de dinheiro.

Naquela época o Brasil recebia muitos imigrantes.

No Coaching Financeiro que fiz pela EEF, uma das atividades era escrever diariamente a análise de minhas atividades dando pontuação, mas, no Curso de "Organize suas Finanças" foi apresentado em forma de "Roda da Vida" e pude perceber a importância de considerarmos todas as áreas de nossa existência (Qualidade de Vida, Pessoal, Profissional e Relacionamentos), em equilíbrio.

Meu primeiro salário foi de Cr$ 66.000,00, (salário mínimo em 1965). Cheguei em casa tão feliz, nunca havia tido nas mãos tantas notas juntas. Joguei para o alto e as notas foram caindo pelo chão e meus irmãos mais novos catavam com alegria, minha mãe disse: — Crianças, com dinheiro não se brinca!
Hoje em dia, com a facilidade de crédito, o jovem já recebe o primeiro pagamento num estabelecimento bancário acompanhado de talão de cheques, cheque especial, linha de crédito para compra de carro, cartão de crédito. Para culminar, oferecem um Título de Capitalização, estando atento, o gerente da conta lembra de oferecer um plano de previdência...

Em toda minha vida, soube que meu pai pegou empréstimo para comprar a nossa casa própria, antes de eu nascer e pagou até eu ficar adolescente e que minha mãe, volta e meia estava tirando as "jóias do prego", como era chamado o penhor da Caixa Econômica Federal. Minha geração não sabe utilizar o crédito como deve.
O Procon Carioca realiza palestras "Direitos Básicos dos Consumidores" para alunos das UnATIs e também de Educação Financeira para idosos.

Embora o Estado do Rio de Janeiro venha passando por uma crise financeira, temos a Escola de Educação Financeira do Rioprevidência (totalmente gratuita) que junto com outras instituições como CVM, BCB, PROCON CARIOCA, e tantas outras preocupadas com a situação de endividamento das famílias brasileiras vem desenvolvendo com muita competência um trabalho de educação financeira direcionada aos jovens, para que não caiam nas "armadilhas" do crédito que a minha geração, sem preparo, não soube se resguardar.

Luz Borges Aluna da Escola de Educação Financeira do Rioprevidência Aluna da UNATI/UCAM - Méier (Canto Coral) Analista de Sistemas e Professora de Informática - aposentada luz.borges@gmail.com