Crise externa acelera educação financeira a crianças e jovens.

10/11/2012


Ter contato com o universo financeiro ficou ainda mais importante agora, segundo professor da FEA, da USP de Ribeirão Preto

 

Em tempos de economia mundial turbulenta, ensinar crianças e jovens a lidar com as finanças é mais estratégico e necessário. Um ‘abismo’ separa aquele tempo em que os pais diziam "largue esse dinheiro, isso é sujo" e os dias de hoje em que a lição é "guarde esse dinheiro que ele vai render mais ainda".

 

Essa mudança na troca de relação entre os pais e filhos tem um nome: as crianças também são consumidoras e desde cedo devem estar preparadas para lidar bem com o dinheiro.

 

O economista Tabajara Pimenta Júnior, professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA), da USP de Ribeirão Preto, defende que o contato com o universo financeiro sempre foi importante em qualquer época em que se viva, mas nunca como agora.

 

"A globalização, a crise, facilidade de acesso ao mundo virtual e o consumismo deixam ainda mais evidente a importância das finanças no cotidiano das crianças e o seu uso de maneira racional", reforça.
O panorama econômico mundial dá sinais de que o panorama é de crise pelos próximos cinco anos, puxada pela Europa.

 

O futuro preocupa, ainda que não se dê segurança para prever o futuro. "O que sabemos é que o Brasil vive uma situação mais confortável frente aos outros países", diz Tabajara.


Isoladamente, a crise europeia pode parecer só um bicho de sete cabeças que não se entende facilmente. Engana-se quem ainda tem essa visão.

 

Na prática, a crise mexe em toda a cadeia mundial e isso compromete todos os elos que entrelaçam a teia econômica.Poupar desde cedo e ser educado conforme a faixa etária da criança traz resultados.

 

Que o diga o auditor contábil Renato da Silva Cravo, de 41 anos. Seu filho, Pedro, de 9 anos, conseguiu economizar o suficiente para comprar o seu próprio game, em torno de R$ 800, dinheiro que juntou de presentes dados por parentes.

 

"A iniciativa de comprar foi dele, que sinalizou a hora que queria adquirir o seu próprio bem por saber a diferença entre consumo e poupança", observa.

 

Renato e a mãe de Pedro, a secretária sênior Eliane Dias Cravo, 39 anos, seguem corretamente o caminho que pedagogos, especialistas em finanças e economistas indicam como certo. Aos cinco anos, ganhou o tradicional cofrinho em forma de porquinho para ir colocando moedinhas.

 

Quando a criança tem 3 ou 4 anos ela demonstra pouco interesse nas questões relacionadas ao dinheiro e gostam de brincadeiras com tamanho e cor. Aos 5, distingue as moedas e sabe reconhecer o valor maior e menor e associa o dinheiro ao imediatismo, sem noção de poupança, mas brincar de lojinha e ter o cofrinho são boas lições. "Introduzimos a noção de poupar e esse hábito foi sendo incorporado juntamente com a primeira mesada", comemora Renato Cravo.

 

"O Pedro tem hoje a sua própria caderneta de poupança, que ele administra, mas é preciso ter paciência, dar o exemplo e ter o apoio da escola para que se tenha resultado prático."

 





Depoimentos

"Fiquei muito satisfeito com iniciativa de compartilhamento de conhecimento desenvolvido pela professora Olivia sobre o tema da alimentação adequada/ saudável."


Guilherme Gomes - Professor Aposentado - participante da Palestra: Aproveitamento Total dos Alimentos - da Teoria à Prática.

continue lendo