Educação Financeira aos 6 anos de idade.

20/02/2013


Chapecó – Não é de hoje que o currículo da rede pública de ensino passa por alterações. Pensando em proporcionar aos alunos informações sobre a utilização do dinheiro, o Ministério da Educação já planeja a inclusão da disciplina de educação financeira no ensino fundamental em, no máximo, três anos.


De acordo com o MEC, a adesão no currículo não será obrigatória, mas ficará a cargo de cada escola decidir se considera importante ou não a implantação do conteúdo dentro da sala de aula. Assim que a emenda for elaborada, programas-pilotos farão testes e, em seguida, ajustes no conteúdo para corrigir as falhas.


Enquanto essas mudanças não acontecem dentro da escola, a equipe do grupo RedeComSC buscou conversar com pais sobre a conhecida ‘mesada’ e em seguida procuramos orientação profissional sobre o assunto, com a mestre em Educação Financeira e professora da UFFS, Larrisa de Lima Trindade.


Administrar sem dinheiro


Valdir Sales de Abreu tem uma opinião formada sobre o assunto que representa a maioria dos pais ouvidos pelo RedeComSC. Mesmo não dando um valor fixo, mensalmente, ao filho de 11 anos, ele procura instruí-lo no manuseio do dinheiro. “Eu ensino a administrar sem dinheiro no bolso”, conta.


O sistema funciona da seguinte forma: quando o caçula Henrique precisa de algo, ele pede ao pai, e o mesmo define a quantidade necessária para tal atividade ou compra. Seu principal argumento é que ao dar uma quantidade fixa no início do mês, ele não saberá como esse dinheiro irá ser aplicado, correndo o risco da criança gastar tudo em poucos dias. “Dessa forma eu tenho o controle”, completa. <


Sobre a inclusão de uma disciplina no currículo ele reconhece sua importância, mas admite que educação financeira precisa vir de casa. “Somos nós que devemos ensinar que comprar uma camisa mais barata ou invés daquela de marca é melhor, mesmo assim, essa alternativa é válida”, conclui.


Entrevista


Diferente do pensamento de seu Valdir, a mestre em Educação Financeira defende a chamada mesada, mesmo assim ela faz algumas observações quanto à entrega de dinheiro aos menores. Confira a entrevista:<


RedeComSC: A partir de que idade a criança deve ter contato com o dinheiro?


Larrisa de Lima Trindade: O recomendado é que isso ocorra a partir dos seis anos de idade, que é quando a criança começa a ter contato com operações básicas de matemática na escola.


RedeComSC: Quais são os cuidados que os pais devem ter ao entregar dinheiro aos filhos?


L: Três cuidados são essenciais. Primeiramente impor limites de consumo aos filhos e orientá-los no manuseio. Em seguida os pais devem conhecer onde as crianças estão gastando esse valor e por último é recomendado orientá-los para guardar uma parcela do dinheiro sempre que possível.<


RedeComSC: Esse dinheiro deve ser utilizado para que?


L: O dinheiro não deve ser usado para auxiliar nas despesas básicas da casa, isso precisa ficar a cargo dos pais. O valor deverá ser utilizado para despesas excepcionais, como a compra de lanches ou viagens.


RedeComSC: Existe alguma porcentagem indicada da renda da família?


L: Não. O valor é muito variado. É o pai que precisa analisar quanto o filho precisa sem que isso comprometa o restante dos gastos familiares. Inevitavelmente, quanto menor for a criança, menor será o valor necessário. Quando ela adquire mais idade ela acaba entrando em contado com o comércio e tendo interesse em adquirir produtos mais caros.


RedeComSC: Com que idade pode-se dizer que a criança tem autonomia para decidir sozinha como aplicar o dinheiro?


L: Nem adultos conseguem criar uma autonomia consciente para utilizar o dinheiro, por isso os pais precisam sempre acompanhar, independente da idade.


RedeComSC: Alguma outra recomendação:


L: Sim. É importante não criar na criança a mentalidade de amor ao dinheiro. Adotar medidas extremas pode trazer danos futuros aos filhos. Hoje é grande o número de pessoas muito preocupadas com a questão financeira.


Foto e informações: Luiz Barp/RedeComSC

 





Depoimentos

"Fiquei muito satisfeito com iniciativa de compartilhamento de conhecimento desenvolvido pela professora Olivia sobre o tema da alimentação adequada/ saudável."


Guilherme Gomes - Professor Aposentado - participante da Palestra: Aproveitamento Total dos Alimentos - da Teoria à Prática.

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