Como evitar que seu filho se torne consumista
27/11/2015
Quem tem filhos sabe que aguentar alguns “eu quero, pai” e muitos “compra, mãe” faz parte. É normal que as crianças queiram ganhar alguns presentinhos, mas é importante que os pais fiquem atentos a exageros.
Diante do excesso de estímulos publicitários a que somos expostos hoje, as crianças ficam mais propensas a ter um comportamento consumista, que pode prejudicá-las não só na infância, como na vida adulta. E para combater isso, é fundamental que os filhos sejam educados financeiramente desde cedo.
Para o educador financeiro Reinaldo Domingos, algumas atitudes que podem ser relacionadas ao consumismo na infância seriam: a criança achar que tem necessidade de ter tudo o que vê em propagandas da televisão; ficar extremamente frustrada ao não ganhar um brinquedo ou deixar o brinquedo de lado logo depois de ganhá-lo; ou não conseguir passar o mês ou semana com a mesada ou semanada dada pelos pais, pedindo mais dinheiro antes da hora.
Segundo Domingos, para resolver esse tipo de problema, os pais precisam em primeiro lugar descobrir como surgiu esse comportamento. "Alguns podem dizer que é culpa apenas da televisão ou do marketing publicitário, mas isso é um enorme erro. Os pais são os maiores responsáveis por evitar que os filhos se tornem consumistas”, diz.
Uma das principais e mais valiosas dicas para educar financeiramente os filhos é dar bons exemplos. Se os pais têm uma postura consumista, os filhos acabarão refletindo esse comportamento. Isso significa que não basta dizer aos filhos que eles não podem comprar tudo que querem, se os pais exageram nas compras a cada ida ao shopping e estouram o limite do cartão de crédito.
Familiarizar a criança com as finanças desde cedo também é extremamente importante. Em um artigo escrito para EXAME.com sobre como ensinar aos filhos o valor do dinheiro, Celina Macedo, autora do livro “Filhos: seu melhor investimento”, afirmou que os pais podem introduzir esse tipo de assunto explicando o que eles fazem para ganhar dinheiro e aproveitando a deixa para falar sobre as contas que precisam ser pagas mensalmente.
Segundo ela, também é essencial que as crianças aprendam a lidar com frustrações, pois só ouvindo “não” elas aprenderão a valorizar o “sim”. E somente dessa forma elas estarão preparadas para enfrentar as decepções com as quais irão se deparar quando mais velhas, tanto no campo financeiro, quanto pessoal.
Assim como em outras áreas da educação, utilizar uma abordagem lúdica para ensinar aos filhos como lidar com o dinheiro pode fazer toda a diferença.
Reinaldo Domingos sugere, por exemplo, que ao dar a mesada ou semanada aos filhos, os pais os incentivem a separar parte do dinheiro para “realizar seus sonhos” e os presenteiem com um cofrinho para guardar a verba que será destinada a estes objetivos.
“Os pais devem sentar com a criança para conversar com ela sobre seus desejos e sonhos e ensinar que, dos 20 reais de mesada, 10 reais podem ser separados para que ela realize um desses sonhos. Fazendo isso, a criança troca o consumo desnecessário e de forma não sistêmica para consumir de forma inteligente e aprende uma coisa importantíssima: o dinheiro pode ajudá-la a realizar alguns sonhos”, afirma Domingos.
Segundo ele, esse tipo de prática fará a criança aprender a poupar e a entender que ela deve guardar dinheiro para parte de seus objetivos. “Assim, quando ela for adulta e receber o primeiro salário, ela não vai queimar tudo de uma vez, ela vai definir seus sonhos e terá as ferramentas necessárias para alcançá-los”, diz.
Outra dica muito sugerida por especialistas em educação financeira para que as crianças entendam os benefícios de poupar dinheiro seria pedir aos filhos ajuda para evitar o desperdício de água e luz, dizendo que o valor economizado com as contas no final do mês pode ser colocado no seu cofrinho, ou pode ser usado para começar uma poupança destinada a um objetivo em comum da família, como uma viagem.
Ao ensinar aos filhos quais são as recompensas de se fazer uma poupança, ao mostrar que a vida não é só ganhar dinheiro, mas também pagar contas e ao fazê-los entender que nem sempre eles terão tudo que desejarem na hora que quiserem, eles passam a lidar de forma mais consciente e saudável com o dinheiro e ficam mais preparados para lidar com eventuais problemas financeiros que possam ter de enfrentar quando crescerem.
Fonte: Exame
Depoimentos
"Fiquei muito satisfeito com iniciativa de compartilhamento de conhecimento desenvolvido pela professora Olivia sobre o tema da alimentação adequada/ saudável."
Guilherme Gomes - Professor Aposentado - participante da Palestra: Aproveitamento Total dos Alimentos - da Teoria à Prática.