
"Mesada é importante, mas exige orientação", diz educador
03/12/2015
Uma em cada quatro mães utiliza a mesada como uma prática de educação financeira. Foi o que revelou uma pesquisa divulgada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pelo portal Meu Bolso Feliz. Segundo o estudo, 26,3% das mães de crianças e adolescentes têm essa prática.
Nessa entrevista, o educador financeiro da SPC Brasil fala sobre as vantagens e riscos da mesada e dá dicas para os pais e professores de como ensinar as crianças e adolescentes a lidar com o dinheiro administrar a vida financeira.
Muitos pais utilizam a mesada como uma prática de educação financeira. É algo recomendável?
Sim, iniciando-se com uma 'semanada' e evoluindo para uma mesada. É importante acompanhar os gastos e orientar não só para as compras, mas também para a poupança. Neste ponto, o velho porquinho ajuda muito. As crianças passam a entender que o dinheiro é limitado e, sob orientação, se dão conta de que é possível realizar os sonhos e ao mesmo tempo poupar, uma vez que passam a perceber que as coisas podem ser caras ou baratas.
Qual a idade ideal para começar a trabalhar o tema com as crianças?
Assim que percebe-se que a criança tem desejos que implicam em gastos. Ela só vai entender que um determinado brinquedo é caro ou não se tiver uma noção da quantidade que dispõe. É importante que os tratos sejam mantidos, ou seja, se 'a fada do dente' deu R$ 20, é esta a quantia que se pode gastar e poupar. A quebra destes tratos faz com que a criança não tenha noção dos limites.
A poupança e o cartão de crédito são consideradas opções melhores que a mesada?
O produto financeiro poupança é recomendável, mas a sensação de tocar no dinheiro é também importante nesta fase inicial do processo de educar financeiramente uma criança. O cartão de crédito, para os mais velhos, é um sistema menos educativo, pois o ato de gastar torna-se muito fácil e não se tem a sensação de que dinheiro tem limite e o bolso tem fundo.
Na sua opinião, a educação financeira deveria ser uma disciplina obrigatória nas escolas?
Existem escolas que têm obtido resultados importantes nesta matéria, porém o assunto deverá ser tratado de forma a se tornar interessante para as crianças. O objetivo é de conscientização para que existam cidadãos mais responsáveis no futuro. Nos Estados Unidos (EUA) a matéria tornou-se muito importante após a crise de 2008. Pode ser um exemplo para nós.
Quais dicas você daria aos docentes para tornar o ensino da educação financeira mais atraente?
Revendo os métodos de ensino para tornar a matéria atraente e, principalmente, estarem financeiramente organizados em suas vidas pessoais. Dessa forma, eles têm como passar aos alunos experiências e transformações de suas próprias vidas. De nada adianta ensinar aquilo que não pratico.
Os aplicativos são considerados bons recursos para aprender a administrar a vida financeira, mesmo no caso das crianças e adolescentes?
Não se pode descartar estas ferramentas nas gerações que já nasceram 'plugadas'. O interesse das crianças e adolescentes por estes recursos pode ser um auxiliar no desenvolvimento da educação financeira, mas nada substitui um pai, uma mãe e suas atitudes financeiras e exemplos. Nossa casa é o nosso melhor exemplo e balizador de atitudes, sejam financeiras ou não.
Fonte: UOL
Depoimentos
"Fiquei muito satisfeito com iniciativa de compartilhamento de conhecimento desenvolvido pela professora Olivia sobre o tema da alimentação adequada/ saudável."
Guilherme Gomes - Professor Aposentado - participante da Palestra: Aproveitamento Total dos Alimentos - da Teoria à Prática.