Educação Financeira na família para uma sociedade cada vez mais consumista

28/08/2017

Em uma sociedade cada vez mais consumista, falar sobre o assunto em família, desde cedo, refletirá um futuro financeiro mais equilibrado e inteligente. O número assusta – 60 milhões de brasileiros endividados. A melhor explicação para o endividamento e a falta de poupança do brasileiro, que é forjada ainda na infância, na relação entre pais e filhos.

É natural que os pais, na falta de tempo para uma educação mais integral, corram para atender os filhos em todos seus anseios e desejos. Na medida em que a criança cresce sem ter limite para consumir, ela se torna um jovem que não entende a relação entre o custo/benefício sem saber a diferença entre preço e valor das coisas. Ela consome porque quer e não aguenta esperar, sem avaliar a necessidade da compra para aquele momento. É preciso ensinar o filho que deixar de gastar hoje com algo pouco importante, pode levar a consumir mais tarde, algo mais importante.

“Em outras palavras, os pais precisam ensinar que é preciso poupar para realizar um sonho mais adiante. Faça algo legal com a criança para que ela perceba que quando a gente economiza acaba ganhando algo em troca. A educação financeira ajuda a associar uma emoção positiva à ideia de poupar.”

Para Carlos Eduardo Batalha, pedagogo e gestor da Escola de Educação Financeira do Rioprevidência, esse simples gesto, pode fazer muita diferença na educação financeira dos filhos.

A criança ou o adolescente não têm conhecimento e disciplina adequados para priorizar os gastos com experiências que podem ser importantes para a sua felicidade geral. Além disso, eles são abastecidos de um número crescente de informações e pressões que são colocadas sobre elas. Das rotinas diárias de estudos e tarefas, aos constantes bombardeios de imagens e anúncios de produtos, com consequências relacionadas aos excesso de consumismo, como obesidade infantil, erotização precoce, consumo precoce de tabaco e álcool, estresse familiar, banalização da agressividade e violência, entre outras , segundo o Instituto Alana.

Na palestra “Educação Financeira para pais e filhos” procuramos falar sobre o valor do Ter, do Tempo e do Exemplo.
Muitos pais costumam afirmar que começam a planejar o futuro dos filhos mesmo antes do nascimento, mas esquecem de ensiná-los a cuidar de seus próprios recursos, como guardar parte da mesada. Sem a compreensão dos principais conceitos financeiros para um estilo de vida equilibrado, de nada adianta dedicar tempo para ensinar aos filhos um padrão de consumo sustentável.

O nome sujo, a falta de crédito, o endividamento, o pagamento de juros, são alguns exemplos das rotinas financeiras que atingem as famílias brasileiras, quando na verdade existem comportamentos e atitudes da vida moderna que poderiam ser mais bem utilizados. Abaixo relacionei abaixo alguns hábitos que podem ser utilizados para que os filhos cresçam com uma apreciação do valor do dinheiro necessário a construção da sua independência financeira.

- Não devemos dar o passo maior que a perna. Levem os filhos ao supermercado, apresente os conceitos de “caro” e “barato”, do que é “necessário” e do que é “supérfluo”, o que cabe no orçamento da família e o que não cabe.

- Mostre que o dinheiro é finito e que devem existir regras e prioridades nos gastos.

- Aprender para ensinar que existe a possibilidade de usar de forma responsável um dinheiro que não é nosso.
- Sonhos de consumo podem ser planejados. Realizados em família podem virar projetos!

É possível lidar melhor com as finanças do dia a dia, se planejar, poupar para realizar sonhos e conquistar a independência financeira. Precisamos despertar a mudança de comportamento com novos hábitos com relação ao uso do dinheiro, possibilitando um novo aprendizado para a família como um todo.